Palácio da Calheta, Lisboa, março a julho de 2018
Fotos Gabriel Patrocínio
A exposição se propõe a traçar um mapa dos fluxos entre Portugal e Brasil no campo do design e da cultura material. A partilha de olhares e ideias entre as duas curadoras – Bárbara Coutinho, portuguesa, diretora do MUDE, e Adélia Borges, brasileira – teceu uma malha transversal de trabalhos. A seleção inclui cerca de 160 peças de diferentes tipologias, tais como móveis, roupas, joias, utensílios, ferramentas, objetos decorativos, paineis de azulejos, tecidos, ilustrações, marcas e publicações. Entre os vários projetos exibidos encontram-se cadeiras de Joaquim Tenreiro, que traz de Portugal a maestria no trato da madeira para se tornar o “pai” do móvel moderno brasileiro. Na direção contrária, registra-se a aplicação das colunas do Palácio da Alvorada de Oscar Niemeyer no Colégio de Moimenta da Beira, gesto considerado subversivo pela ditadura de Salazar. Um caso emblemático é o da onda na calçada portuguesa, que nasceu na Praça do Rossio, em Lisboa, e depois foi aplicada em vários países, vindo a se tornar um dos principais signos da imagética brasileira em sua versão na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A mostra reúne peças de diferentes fases das nossas histórias, desde o século 18. Sem a intenção de criar um discurso cronológico ou de esgotar um tema tão vasto, Tanto Mar mapeia afinidades e influências. A realização é do MUDE -Museu de Design e Moda de Lisboa. www.mude.pt
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